Vidas negras importam! | Por Isabelli Vaz

Luz, câmera, redação!
8 de jun. de 2020
2 min de leitura

A Isabelli é uma garota branca e ela decidiu escrever sobre o racismo, pois não é preciso ser negro para se revoltar contra essa realidade! Como nos diz Angela Davis, professora e filósofa negra: "Numa sociedade racista não basta não ser racista. É necessário ser antirracista."

Quando os primeiros africanos foram sequestrados na África, afastados de seus familiares, tratados como mercadoria e trazidos para o Brasil, já existia o racismo. Um elemento que ainda hoje faz parte da estrutura da sociedade brasileira - embora o Brasil seja o segundo país com maior população negra, perdendo apenas para a Nigéria.

A cada 23 minutos uma pessoa negra é morta em nosso país, seja a caminho da escola, voltando do trabalho, andando pelas ruas ou dentro de sua própria casa. A desigualdade entre negros e brancos no Brasil é nítida, fruto de mais de 500 anos de discriminação, perseguição, opressão e violência - o que resulta no genocídio dessa população, reflexo da segregação e da desigualdade que marcam um país onde clamam por liberdade.

Onde está a liberdade de uma mãe que chora a dor de perder o seu filho injustamente? Onde está a liberdade de um trabalhador negro que, em pleno século XXI, passa pelo processo de discriminação ao invés de seleção? Onde está a liberdade daqueles que, quando conseguem um trabalho, sofrem com a diferença salarial? Injustiça social que dói na alma e nos revolta.

Os negros sofrem desvantagens na educação e apenas uma minoria consegue ingressar em uma universidade devido às suas condições de vida. Muitos negros moram e vivem em condições precárias. Quantas vidas encerradas diante de tanta crueldade!

Ágatha, Marielle, João Pedro, Miguel e tantos outros derramaram sangue inocente em busca de seu espaço em nossa sociedade. Quantas vidas ainda serão roubadas para que o Brasil comece a colocar em prática o que realmente é de direito dos nossos irmãos negros?

Para que a Constituição brasileira de 1988, sobretudo no que diz respeito ao direito à IGUALDADE, seja verdadeiramente colocada em prática, será preciso mais humanidade, pois o nosso país ainda está engatinhando nesse quesito. Precisamos nos unir, pois todo ser humano tem direito à igualdade e ao respeito.

NÃO PODEMOS SER INDIFERENTES AO RACISMO!

Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Ágatha Vitória (8 anos), Marielle Franco (38 anos), João Pedro (14 anos), Benedito Oliveira (71 anos), Miguel Otávio (5 anos) e George Floyd (46 anos, norte-americano). Vítimas do racismo.